Descumprimento das regras pode virar multa
Em condomínio, assim como os seres humanos, animais de estimação possuem
direitos e deveres, e mesmo assim a convivência com pets está entre os assuntos
que mais geram polêmica.
De acordo com o IBGE, o Brasil está em segundo lugar no ranking mundial dos pet,
com uma população total de 32 milhões de animais, entre cães, gatos e aves
domésticas, tanto que o direito de criar o bichinho é previsto no Código Civil. Porém,
como todo aspecto da vida em condomínio, é preciso diálogo e atenção para evitar
desentendimentos e descumprimento das regras.
O administrador Gil Lopes, que possui quatro bulldogs franceses, foi informado pela
síndica que não poderia usar o elevador social e as áreas comuns acompanhado por
seus bichinhos. Ele acredita que a decisão da administradora foi arbitrária.
“Por conta de um vizinho que não tomava cuidado com as necessidades do
cachorro, ela argumentou que os moradores estavam deixando sujeira nos
locais de convívio”, explica.
A imposição sem diálogo com os condôminos causou revolta. “Ela criou a regra sem
convocar a assembleia, daí mobilizei o restante dos moradores e conseguimos
reverter a decisão. Até criamos um play dog para os cães”.
As principais queixas destinadas à presença de animais de estimação em condomínios
se referem a mau cheiro, medo ou fobia a animais e mesmo o barulho. Por isso,
estabelecer regras de convivência que garantam o conforto e a segurança tanto dos
condôminos quanto dos pets é fundamental para evitar brigas.
O presidente do Sindicato da Habitação, Kelsor Fernandes, aponta que a
administração deve estar atenta à legislação e a criação de qualquer regra na
convenção deve ser discutida em assembleia, no caso da permanência de animais
do condomínio, nem a convenção tem o poder de sobrepor o Código Civil.
“Nenhum condomínio pode proibir a permanência de animais no interior de
apartamentos, pois estaria violando o direito de propriedade, que é permitido
pela Constituição Federal, contudo, as regras de espaços comuns podem ser
votada em assembleia”.
Síndico de um condomínio com 576 apartamentos, Tiago Pires explica que a melhor
estratégia a ser adotada juntocom as regras são ações educativas.
“Manter o controle em condomínios que têm muitos moradores é difícil, então
nós criamos cartazes e folhetos para colar nas lixeiras e em áreas de convívio
para que as pessoas assimilem as regras”, diz. “Se o condômino infringir o
regulamento, a gente tenta conversar e em último caso aplicar uma multa. Na
maior parte das vezes, o bonsenso predomina”.
Cuidados com os pets em condomínios
Segurança
Evite deixar os animais fora da coleira ou focinheira quando estiver em áreas comuns,
um comportamento que possa comprometer a segurança dos demais moradores pode
acabar sendo remediado por meio de determinação formal de retirada do animal.
É importante estar atento se a convenção permite a circulação de animais nos locais
de convívio geral ou se a locomoção é restrita aos elevadores de serviço para evitar
advertências e multas
Silêncio
O barulho dos animais é uma das principais fontes de reclamação em condomínios e
não se restringe aos cães, mas também aos gatos e aves. Por ser responsável pelo
pet, o dono deve buscar soluções para evitar o barulho em excesso, sobretudo à noite
, como forma de evitar possíveis penalidades previstas na “lei do silêncio” das
convenções condominiais
Higiene e saúde
Ao levar o seu animalzinho para passear em áreas comuns, lembre-se sempre de
levar um saco plástico para recolher as necessidades do animal, negligenciar o
cuidado com os dejetos do pet pode acabar em multa. Também fique atento à
possibilidade do bichinho estar portando algum tipo de doença transmissível para
outros animais e até mesmo para humanos, a administração pode impedi-lo de
transitar em áreas comuns
Convenção
Antes de mudar para um novo condomínio busque as regras que contemplam os
direitos dos animais de estimação na convenção.
FONTE: SÍNDICO NET